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A OAB e o 5º Constitucional: Negócio de Família ou Defesa da Classe?

Imagem: Reprodução
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Ah, o 5º Constitucional… sempre tão aguardado, tão disputado, tão celebrado. E, claro, tão previsível. A cada nova corrida pela cobiçada vaga, lá estão os mesmos rostos, os mesmos sobrenomes, as mesmas alianças de bastidores. Afinal, quem disse que a advocacia brasileira precisa de renovação quando já temos um sistema tão eficiente em garantir que meia dúzia siga eternamente servindo a si mesma?


Não é segredo para ninguém que a OAB virou, há décadas, um negócio de família, um empreendimento altamente lucrativo, diga-se. O curioso é que todos sabem, todos comentam, mas poucos ousam dizer em voz alta que, de instituição de classe, a Ordem se transformou em um clube de interesses privados, uma espécie de “clube do bolinha jurídico”, onde só entra quem aceita ser conduzido pelo dono da bola, leia-se, o presidente da OAB.

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E agora surge a grande “novidade”: a impugnação da candidatura do advogado Flávio Antony pela OAB Nacional. Motivo? Simples: medo. Sim, medo de que alguém, finalmente, ouse quebrar o ciclo viciado que transformou a advocacia em peça decorativa de um jogo sujo. Antony, ao contrário de outros, resolveu desafiar o sistema, tentando oxigenar esse ambiente saturado de privilégios. Mas, claro, não poderia ser permitido.

Porque o que incomoda não é a coragem dele, é a lembrança incômoda de que a atual cúpula da OAB nunca tolerou figuras independentes. O que se quer é candidato que obedeça, que seja previsível, que saiba de cor a cartilha da subserviência. Os que ousam pensar diferente são expurgados, como se representassem um risco de contaminação.

Enquanto isso, os milhões continuam circulando entre os mesmos escritórios, sempre liderados por empresários engravatados que se apresentam como “representantes da classe”. Pobres, negros e indígenas? Estes seguem na margem, alimentados com feijoada em campanhas eleitorais, usados como figurantes em fotos de inclusão, e depois descartados como lixo quando suas prerrogativas são violadas. São os mesmos que veem seus alvarás travados por anos a fio e, se ousam reclamar, descobrem rapidamente que a perseguição vem não apenas do Judiciário, mas também da própria OAB, sempre pronta a proteger o sistema em vez da advocacia de base.


E aqui estamos, mais uma vez, diante da grande encenação: candidatos “apadrinhados” se apresentando como salvadores da advocacia. Nada mais falso. Todos eles são, e continuarão sendo, peças de um tabuleiro manipulado para preservar privilégios. Representam não a advocacia, mas seus próprios interesses, sua própria fatia de poder e lucro.

Por isso, é preciso ser claro: apoiar esses nomes não é apoiar a advocacia. É apoiar o continuísmo covarde, a exclusão histórica, a complacência com a negligência. É manter viva uma advocacia acovardada, que, no lugar de lutar por suas bases, prefere continuar servindo a um Judiciário que já a tem de joelhos.

Eis a verdade, nua e crua, que poucos têm coragem de dizer: nenhum dos indicados pela atual gestão serve à advocacia. Servem, isto sim, ao sistema que sempre nos traiu, e que continuará nos traindo, enquanto fingirmos acreditar no teatro encenado a cada 5º Constitucional.

 

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