SINTSEP-PA: renúncia do coordenador geral da entidade expõe sede interditada e denúncias de gestão irresponsável
- contatoinforevollu
- 25 de out.
- 3 min de leitura
Sindicato inicia processo de reconstrução e promete apurar responsabilidades pela obra irregular que deixou prédio sob risco de desabamento
E-mail: contato@inforevolução.com
Belém (PA) — O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Pará (SINTSEP-PA) enfrenta uma das maiores crises de sua história recente. O Coordenador-Geral da entidade, João Santiago, apresentou renúncia ao cargo no dia 23 de outubro, em meio a denúncias de má gestão e à interdição da sede própria do sindicato, localizada na Avenida Mauriti, em Belém, sob risco de desabamento.
Em nota oficial divulgada pela direção, o SINTSEP-PA afirmou que a saída do dirigente não está relacionada a divergências políticas internas, mas à tentativa de o ex-coordenador fugir de suas responsabilidades pela situação crítica do patrimônio sindical. Segundo o documento, a crise começou após uma obra de reforma e ampliação da sede, determinada por João Santiago sem autorização do conjunto da direção e sem estudos técnicos adequados. (VER NOTA ABAIXO)
A nota explica que o projeto previa a construção de um segundo piso no prédio, mas a empresa contratada entrou em falência poucos meses depois, deixando a estrutura comprometida. Desde então, a sede do SINTSEP-PA — construída com a contribuição dos filiados — permanece interditada, impossibilitando o uso do espaço.
Sindicato gasta R$ 4 mil reais de aluguel o que compromete a capacidade de luta da categoria contra governo
Com o prédio inutilizado, o sindicato passou a funcionar em um imóvel alugado ao custo de R$ 4 mil por mês, valor considerado elevado diante das dificuldades financeiras da entidade. A direção destacou que esse gasto impacta diretamente a capacidade de mobilização, em um momento em que o funcionalismo público enfrenta novos ataques, como a proposta de Reforma Administrativa do governo federal, que ameaça direitos históricos dos servidores.
Comissão vai apurar responsabilidades
Assembleia do SINTSEP/PA forma comissão para apurar as causas da interdição do prédio sindical - Imagem: Info.Revolução
Na assembleia geral realizada no dia 23 de outubro, os filiados aprovaram a criação de uma comissão composta por três servidores para apurar as causas e responsabilidades pela interdição da sede.
De acordo com a direção, a comissão deverá apresentar um primeiro relatório no dia 4 de novembro, durante nova assembleia, quando a categoria decidirá quais medidas serão tomadas para responsabilizar os envolvidos e definir o futuro do patrimônio da entidade.
Reconstrução e retomada da credibilidade
A atual direção afirma estar empenhada em um processo de reconstrução material, política e moral do sindicato, com o objetivo de restaurar o patrimônio, reconquistar a credibilidade perdida e reaproximar os servidores públicos da entidade.
“Nosso compromisso é reconstruir o SINTSEP-PA com transparência, unidade e combatividade”, diz trecho da nota.
O comunicado encerra com um chamado à categoria para retomar a participação nas assembleias, mobilizações e campanhas em defesa do serviço público e contra a retirada de direitos.
“É hora de reconstruir o SINTSEP-PA, de fortalecer o sindicato e de devolver ao funcionalismo federal do Pará o instrumento de luta que é seu por direito”, afirma a direção.
NOTA | SINTSEP-PA participará da Marcha Nacional contra a Reforma Administrativa
A direção do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Pará (SINTSEP-PA) informou à Redação do Portal Info.Revolução que, mesmo diante da crise financeira enfrentada pela entidade, está sendo enviado um ônibus com delegação de MAIS DE 50 servidores federais para participar da Marcha Nacional contra a Reforma Administrativa do governo Lula, que ocorrerá no dia 29 de outubro, em Brasília (DF).
Participarão da mobilização representações de todas as regiões onde o sindicato atua, incluindo a Região Metropolitana de Belém (sede da entidade), Nordeste Paraense (Regional Estrada), Sul e Sudeste do Pará, Região das Ilhas (Marajó), Altamira (Transamazônia) e Baixo Amazonas/Tapajós (Santarém e Itaituba).
A direção destaca que a presença na marcha é uma demonstração do compromisso da categoria com a defesa do serviço público e dos direitos dos trabalhadores, mesmo em um cenário de dificuldades e reconstrução sindical.
(Matéria em Atualização)
LEIA ABAIXO NOTA DO SINTSEP/PA
CLIQUE ACIMA PARA BAIXAR O PDF DA NOTA DO SINTSEP/PA
Comentários