CAMPANHA SALARIAL: Trabalhadores da Alimentação de Jacareí-SP em luta contra a escala 6x1
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- 13 de fev.
- 3 min de leitura
Por: Douglas Diniz/RSF
Em um ato de união e força, o Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de São José dos Campos e região - SP realizou um protesto em frente à fábrica da Heineken em Jacareí-SP, nesta terça-feira, 13 de fevereiro. A manifestação teve como objetivo principal a luta contra a escala de trabalho 6x1, considerada prejudicial à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores. A manifestação faz parte do calendário de mobilização da campanha salarial da categoria.
O evento reuniu diversos trabalhadores da categoria, que puderam ouvir o relato de Reginaldo de Souza, da direção do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região - SP. Reginaldo compartilhou as recentes conquistas da categoria química na campanha salarial, que incluiu uma greve nas fábricas da Johnson & Johnson (São José) e da ICL em Jacareí. "Nossa campanha salarial foi vitoriosa, avançamos na preservação de direitos, como plano de saúde, que os patrões queriam tirar da categoria e também em questões econômicas que valorizam nosso trabalho.", afirmou Reginaldo, incentivando os trabalhadores da alimentação a seguirem o exemplo de luta.
Imagens: alexandre Pachedo/Unidos Pra Lutar (Clique para visualizar)
O sindicalista destacou a importância da união do movimento sindical para lutar pelo fim da escala 6x1 e convocou os trabalhadores para um ato político que ocorrerá no dia 16 de fevereiro em São José dos Campos-SP, com o objetivo de fortalecer a luta contra essa jornada de trabalho exaustiva em nível nacional.
A realidade dos trabalhadores no Brasil: A urgente necessidade de revisão da escala 6x1
A jornada de trabalho dos brasileiros, especialmente sob a rotina da escala 6x1, tem se tornado uma questão cada vez mais debatida, revelando um cenário preocupante de exploração e exaustão. Nesta configuração, os trabalhadores se veem obrigados a cumprir seis dias consecutivos de atividades, seguidos por apenas um dia de descanso. Essa estrutura, que beneficia principalmente os empregadores, ignora as necessidades básicas de saúde física e mental dos trabalhadores, perpetuando um ciclo de desgaste e desmotivação.
Os dados mostram que a carga horária excessiva é um dos principais fatores que contribuem para o aumento do estresse, da ansiedade e de doenças ocupacionais. Muitos trabalhadores se sentem pressionados a atender demandas excessivas sem o devido suporte, o que não apenas compromete sua produtividade, mas também sua qualidade de vida. O direito ao descanso adequado deve ser visto como uma prioridade, e não como um luxo.
Além disso, a escala 6x1 tem um impacto negativo sobre a vida familiar e social dos trabalhadores. A falta de tempo livre para conviver com a família ou para desenvolver atividades de lazer e autocuidado cria um ambiente propício para o desgaste emocional e a alienação. Essa realidade é especialmente preocupante em um país que ainda luta contra desigualdades sociais profundas, onde a classe trabalhadora já enfrenta diversas outras dificuldades.
A necessidade de revisão dessa prática se torna ainda mais urgente diante do contexto econômico atual, em que a precarização do trabalho e a informalidade têm aumentado. Em vez de promover um ambiente saudável e produtivo, a manutenção da escala 6x1 se alinha a uma lógica de exploração que prioriza o lucro em detrimento do bem-estar do trabalhador.
Movimentos sociais e sindicatos têm levantado a bandeira pelo fim dessa jornada de trabalho, sem redução de salários e direitos, como mecanismo de combater o desemprego e a precarização do trabalho. A luta pela redução da jornada, a possibilidade de escalas mais justas e a valorização do trabalhador são questões que devem ser discutidas e incorporadas como prioridade pelas Centrais Sindicais brasileiras.
É fundamental que a sociedade e os gestores compreendam que o fortalecimento da classe trabalhadora não se resume a aumentar a produtividade, mas sim a garantir condições dignas de trabalho. O fim da escala 6x1 é um passo crucial para assegurar que os trabalhadores brasileiros possam ter uma vida mais equilibrada, saudável e satisfatória. O reconhecimento do valor humano do trabalhador deve ser a prioridade.
VEJA VIDEO DE REGINALDO DE SOUZA
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