Portal Info.Revolução dá boas-vindas ao poeta e professor Júlio Cézar de Jesus Costa
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Um diálogo em construção entre palavra, sombra e memória
O Portal Info.Revolução tem a alegria de anunciar a chegada do professor em Letras Júlio Cézar de Jesus Costa à sua equipe de colunistas.
Autor de poemas densos e reflexivos, Júlio traz à cena um projeto literário que ele mesmo define como “Um Diálogo em Construção” — um espaço em que a palavra não é apenas expressão estética, mas um ato de existência e resistência.
Em seus versos, o professor-poeta abre clareiras na linguagem e transforma o silêncio em verbo. Sua escrita transita entre o sensível e o filosófico, entre a carne e o símbolo, entre o cotidiano e o abismo.
A estreia de sua colaboração no Info.Revolução vem com o poema “Clareira Fria: Perdão em Lágrimas ao Vento”, uma composição que carrega a força imagética e a melancolia de um olhar que atravessa a sombra para buscar o sentido da luz.
Clareira Fria: um espelho de sombras e travessias
O poema “Clareira Fria” é uma travessia interior.
Nele, o sujeito poético se move entre sombras e janelas, vãos e frestas, em um jogo simbólico onde o “verbo” e o “corpo” se confundem — ambos escrevem, ambos sangram, ambos sonham.
“Seus corpos constroem verbos sombreais ao passar o vão das minhas portas abertas...” — o verso sintetiza a tensão entre o real e o imaginado, o vivido e o sonhado.A mulher, figura recorrente e metafórica, é “animal solitária em minhas pálpebras”, imagem que traduz tanto o desejo quanto a memória do amor, num movimento de perda e perdão.
O perdão, aliás, não é súplica, mas reconhecimento da dor como matéria poética.Quando o poeta escreve “Vossas lágrimas são mais que choros, são perdões em silêncios...”, ele nos conduz à compreensão de que a emoção, quando elaborada pela arte, transforma-se em redenção — ainda que fria, ainda que amarga.
Entre o humano e o verbo
A força de Júlio Cézar está em sua capacidade de fundir sensações com abstrações.Seus poemas não buscam consolo, mas consciência.
O que se revela em “Clareira Fria” é o gesto de olhar o abismo e nomeá-lo: a solidão, o corpo, a memória, o tempo e a travessia.
Na tessitura das imagens — “as chamas do fogo em suas amarelas, laranjas, vermelhas e brancas, cores bailam, sãos...” — a linguagem se transforma em pintura.Há ritmo, cor e movimento, mas há também uma frieza metafísica: o calor das chamas é apenas o eco de um passado que ainda arde na lembrança.
Um diálogo em construção
Ao integrar a equipe do Portal Info.Revolução, Júlio Cézar de Jesus Costa inaugura uma coluna em que a poesia será instrumento de reflexão crítica, e a cultura, campo de reinvenção do humano.
Seus textos convidarão o leitor a percorrer caminhos entre a literatura e a vida — um diálogo em constante construção.
O Portal Info.Revolução dá as boas-vindas ao professor-poeta Júlio Cézar, certo de que seus versos e ensaios literários ampliarão o horizonte cultural do nosso espaço, reafirmando que a palavra, quando livre, é sempre um ato de revolução.
Leia abaixo o poema
CLAREIRA FRIA: Perdão em Lágrimas ao Vento
Seus olhos imaginam sombras ao vão da minha janela discreta...
Suas Crônicas do quotidiano em meus versos sombrios...
Seus corpos constroem verbos sombreais
ao passar o vão das minhas portas abertas...
Suas mãos escrevem, em vão, inimagináveis
sombras, imaginações escuras... Em frente a Clareira dos Sonhos, sonhando sombras, quão...
És Uma Mulher-Animal solitária em minhas pálpebras...
Suas lágrimas engasgaram-me em beijos secos e empoeirados...
Suas Fortes emoções com gostos de Feo, amargos ...
Tuas Emoções com sabores que amargar os seios...
Tais Emoções exalam odores em fétidas memórias...
Vossas lágrimas são mais que choros, são perdões em silêncios ...
Vossas estradas são mais que ouros, são brilhos em luzes dos cegos...
Vossas línguas são mais que sabores, são lutas, sangues e batalhas ...
Vossas rugas são mais que vitórias, são transposição, travessias e glórias...
Vossas sombras já não brilham, em cinzas, escuros, mortos então...
Olhas os verbos em suas janelas, que se vão ...
Ouves vozes no vão de suas frestas, que perpétuos estão ...
Suores sombrejados em tantos corpos, mãos,
pés e mentes, quentes estão... Acordas de um sonho vivido, mortes e infernos, bem e mal, em vãos ...
As chamas do fogo em suas amarelas, laranjas,
vermelhas e brancas, cores bailam, sãos ...
Marabá-PA, 19 de Outubro de 2025. Júlio Cézar de Jesus Costa.
Professor em Letras - Um Diálogo Em Construção.
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