Em Belém, Cacique Raoni rompe o silêncio e endossa a luta de Mariana Tikuna pela nomeação na UFPA
- contatoinforevollu
- 17 de nov.
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A presença do Cacique Raoni em Belém, durante a COP 30, selou um ato histórico: a maior liderança indígena do Brasil declarou apoio público e firme à nomeação da professora Dra. Mariana para o quadro docente da Universidade Federal do Pará. Ao lado de Megarom Txucarramãe e Inory Kanamari, Raoni assinou o abaixo-assinado que será entregue à UFPA, exigindo que a instituição cumpra seu dever histórico e moral: nomear Mariana como professora efetiva.
Esse gesto não é apenas simbólico. Ele escancara uma contradição profunda: a UFPA, que tanto fala em diversidade, inclusão e representatividade, jamais teve uma professora indígena efetiva em toda sua história. Isso é incompatível com a própria política institucional que a universidade diz defender. A nomeação de Mariana não é apenas justa, é uma reparação. Será um divisor de águas, um marco inaugural que pode abrir caminhos para que outras professoras indígenas finalmente ocupem o espaço que lhes é de direito dentro da academia amazônida.
Em sua fala direcionada a Mariana, o Cacique Raoni foi categórico:“Não desista da sua vaga. Siga firme na luta. Você tem meu apoio para demarcar esse território do saber.” É o maior líder indígena do país reconhecendo que a universidade também é território e que esse território precisa ser demarcado com presença, conhecimento e protagonismo indígena.
A advogada Inory Kanamari reforçou a urgência dessa conquista, lembrando que não se trata apenas de um cargo, mas de justiça histórica: “Nós somos sujeitos de direito. Não aceitaremos seguir sendo apenas enfeite acadêmico ou objeto de estudo. A nomeação da professora Mariana é urgente e necessária. Seu ingresso terá um significado profundo político, espiritual e ancestral.”
O apoio das organizações indígenas, das lideranças da Amazônia e agora do próprio Cacique Raoni torna impossível ignorar o que está diante da UFPA: um momento de mudança estrutural, que pode finalmente romper séculos de exclusão e abrir as portas da academia para a presença viva, legítima e qualificada dos povos originários.
A história está batendo à porta da UFPA. A pergunta é: a universidade estará à altura desse momento?























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