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Alerta Global: Aquecimento e eventos extremos ameaçam Brasil e Amazônia


Belém (PA) – O mundo enfrenta um cenário climático cada vez mais alarmante, com o aquecimento global intensificando ondas de calor, secas e chuvas extremas, e o Brasil, especialmente a Amazônia, sentindo os impactos de forma severa. Após um ano do "Apelo à Ação contra o Calor Extremo" da ONU, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) ressalta a urgência de alertas precoces e planos de ação, alertando que o calor extremo é um "assassino silencioso" e que cada morte associada pode ser evitada. O cenário é de turbulência climática sem sinais de diminuição, com projeções indicando que o recorde de calor de 2024 pode ser superado nos próximos cinco anos.


O ano de 2024 foi o mais quente já registrado em 175 anos, e a OMM estima uma probabilidade de 80% de que pelo menos um ano entre 2025 e 2029 quebre esse recorde. Globalmente, o aumento da temperatura média anual da superfície pode variar de 1,2°C a 1,9°C acima da média pré-industrial (1850-1900) entre 2025 e 2029. Esses aumentos mínimos de temperatura amplificam ondas de calor, precipitações extremas, secas intensas, derretimento de calotas polares, gelo marinho e geleiras, além do aquecimento dos oceanos e elevação do nível do mar.

Brasil e Amazônia: Epicentro de eventos extremos


No Brasil, o verão de 2024/2025 foi o sexto mais quente desde 1961, com temperaturas 0,34°C acima da média histórica. Mesmo sob a influência do fenômeno La Niña, que tende a resfriar o planeta, o país registrou elevações térmicas significativas, especialmente no Rio Grande do Sul, que sofreu com três ondas de calor. A última década no Brasil, de acordo com a OMM, foi consistentemente mais quente que a anterior, um reflexo direto do aumento da emissão de gases do efeito estufa.


Paralelamente às altas temperaturas, o país também enfrentou chuvas acima da média, principalmente na Região Norte, Maranhão e norte do Piauí, com volumes superiores a 700 mm. Belém e grande parte da Amazônia, registraram temporais constantes.

No entanto, o cenário futuro para a Amazônia é preocupante: a OMM projeta condições mais secas para a Bacia Amazônica entre 2025 e 2029, aumentando o risco de secas intensas e incêndios florestais. Em 2024, a Amazônia e o Pantanal já sofreram uma seca generalizada, com chuvas 30% a 40% abaixo do normal, alimentando incêndios devastadores.


Impactos diretos e a urgência de ações


Os efeitos do aquecimento global não são apenas estatísticos, mas têm impacto direto na vida das pessoas. O calor extremo já causou a morte de cerca de 489 mil pessoas entre 2000 e 2019 globalmente, e a OMM enfatiza que essas mortes poderiam ser evitadas com sistemas de alerta eficazes. Em várias partes do Hemisfério Norte, ondas de calor e incêndios florestais causam interrupções no fornecimento de eletricidade e água, forçam o cancelamento de atividades e pioram a qualidade do ar.


Na América Latina e no Caribe, as condições meteorológicas extremas, como chuvas, inundações, secas e o esgotamento de geleiras, têm batido recordes, piorando a situação socioeconômica e elevando os riscos para o setor agrícola e a segurança alimentar. As enchentes no Rio Grande do Sul, por exemplo, causaram perdas econômicas de cerca de R$ 8,5 bilhões no setor agrícola.


A OMM reforça a necessidade de estratégias de resiliência agrícola, antecipação de medidas, fortalecimento dos sistemas alimentares e priorização da mitigação das mudanças climáticas. O atual nível de aquecimento global, impulsionado pelos gases de efeito estufa, exige uma resposta global urgente e coordenada para mitigar os impactos crescentes e proteger as populações mais vulneráveis e os ecossistemas essenciais do planeta.

Sem uma transformação radical do modelo atual de desenvolvimento, que hoje se mostra predatório, o planeta poderá atingir um ponto sem retorno.




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