“Bolsonaro Matava no Grito. Lula Mata no Silêncio. E o Movimento Indígena Cala.”
- contatoinforevollu
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Indígenas marcham em Brasília durante Acampamento Terra Livre de 2025
| Crédito: Hellen Loures / Cimi
Nem Lula, nem Bolsonaro. Nem direita, nem falsa esquerda. A luta dos povos indígenas por justiça social e direitos materiais está muito acima dessa guerra política medíocre que só serve para enriquecer os mesmos de sempre e aprofundar a miséria dos que já vivem à margem.
E quem são esses miseráveis sociais? São aqueles que continuam acreditando nos discursos falsos, nos teatros de inclusão, nas promessas vazias tanto de Lula quanto de Bolsonaro.
A verdade é dura: Bolsonaro atacou os povos indígenas de forma explícita, com seu discurso genocida, racista e xenófobo. Ele gritava seu ódio sem pudor. Mas Lula… Lula é ainda mais perigoso. Porque ele não ataca de frente, ele mata pela omissão.
Veste o discurso da inclusão, posa de aliado, sobe a rampa de mãos dadas com Raoni, promete mundos e fundos, e na prática faz o oposto do que prega.
A hipocrisia é tão grande que chega a doer.
Hoje, no governo que se diz “o mais inclusivo da história”, seguimos com uma FUNAI sucateada, frágil, desmontada, ocupada majoritariamente por contratados temporários, uma verdadeira cabine de emprego camuflada, usada para manter votos de indígenas cooptados por um movimento indígena que deixou de ser movimento e passou a ser extensão do governo.
Enquanto Lula finge que está tudo bem, nós seguimos morrendo nos territórios. E pior: sendo “representados” por parentes que ocupam cargos no governo, mas que já negociaram nossos corpos e nossos territórios em troca de benefícios políticos.
E aqui está a pergunta que ninguém mais tem coragem de fazer:
Cadê o fortalecimento da FUNAI prometido por Lula?
O concurso do CNU 2024 não atendeu à expectativa dos povos indígenas. A FUNAI continua sem estrutura, sem servidores suficientes, sem capacidade de atuação.
A lista de espera, principalmente de indígenas, segue enorme. Gente qualificada, preparada, sonhando com uma inclusão real: indígenas trabalhando para indígenas.
Mas o movimento indígena…
Silencia.
Não cobra.
Não pressiona.
Não denúncia.
Por quê?
Porque muitas das lideranças e organizações indígenas já venderam nossa pauta, já negociaram nossos direitos, já se acomodaram nas estruturas de poder.
E enquanto todos fingem que está tudo bem, nossas vidas continuam em risco, nossos territórios continuam atacados, e a política indigenista segue abandonada, com a mesma omissão de Lula e o mesmo desprezo que vimos em Bolsonaro.
A verdade é uma só:
O genocídio não acabou. Ele só mudou de discurso.



















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