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Carnaval em Minas Gerais: violência policial marca feriado e expõe crise na segurança pública

Agressões contra indígenas e foliões em Brumadinho e Juiz de Fora levantam questionamentos sobre o despreparo da PM e a escalada da violência no estado.


Indígenas Pataxó e Pataxó-Hãhãhãe sofrem agressão policial durante celebração do Carnaval, em Minas Gerais. Crédito: Vídeo Comunidade Indígena
Indígenas Pataxó e Pataxó-Hãhãhãe sofrem agressão policial durante celebração do Carnaval, em Minas Gerais. Crédito: Vídeo Comunidade Indígena

Belém, PA - O feriado de Carnaval em Minas Gerais foi marcado por episódios de violência policial que geraram indignação e críticas por parte de diversas entidades e da população. Indígenas dos povos Pataxó e Pataxó-Hãhãhãe, em Brumadinho, e foliões em Juiz de Fora foram alvos de ações consideradas truculentas e desproporcionais por parte da Polícia Militar (PM-MG).


Ataque a indígenas em Brumadinho


No sábado (1/3), indígenas das aldeias Katurama e Naõ Xohã, em Brumadinho, foram agredidos com gás de pimenta e violência física. Os ataques mais graves foram direcionados a um indígena já algemado e imobilizado, e a cinco lideranças que buscavam atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O cacique Arakuãn e mais de 15 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram vítimas de ofensas preconceituosas e racistas.


Lideranças indígenas relatam que, mesmo após denúncias, alguns foram mantidos em cárcere privado, enquanto outros foram intimidados pela polícia em suas residências e pousadas.


Violência em Bloco de Carnaval em Juiz de Fora


No mesmo dia, em Juiz de Fora, foliões foram atingidos por spray de pimenta disparado pela PM durante um bloco de Carnaval na Praça Antônio Carlos. Vídeos nas redes sociais mostram pessoas caídas no chão, sendo socorridas por outros foliões. A artista trans MC Xuxu e um homem trans, organizadores do bloco, foram detidos e liberados sob protestos da comunidade LGBTQIA+.


Repercussão e críticas


A Prefeitura de Juiz de Fora classificou a ação policial como "violência desproporcional". A Prefeitura de Brumadinho, a Arquidiocese de Belo Horizonte e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também se manifestaram, repudiando as agressões e cobrando apuração dos fatos.


O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) expressou solidariedade às vítimas e cobrou a responsabilização dos envolvidos. Parlamentares e representantes do Ministério dos Povos Indígenas também se manifestaram contra a violência.


Histórico de violência


Os casos de violência policial contra indígenas em Minas Gerais não são isolados. Em dezembro de 2023, um jovem indígena Xacriabá foi morto pela PM durante uma abordagem na aldeia Tenda, em São João das Missões.


Questionamentos e desafios


Os episódios de violência no Carnaval expõem o despreparo da PM-MG no trato com comunidades tradicionais e a necessidade de revisão dos protocolos de segurança pública no estado. A escalada da violência policial levanta questionamentos sobre o papel da instituição e a garantia dos direitos humanos em Minas Gerais.


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