Carnaval: Tuiuti celebra resistência LGBTQIAPN+ e leva Manifesto Trans à Sapucaí
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- 5 de mar.
- 4 min de leitura
Escola de São Cristóvão emociona público com desfile histórico, marcado por representatividade e luta por direitos LGBTQIAPN+

Por: Douglas Diniz/RSF
Belém, PA - A Paraíso do Tuiuti fez história na madrugada desta terça-feira (4), ao levar para a Marquês de Sapucaí um manifesto trans em homenagem a Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil. Com o enredo "Quem tem medo de Xica Manicongo?", desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, a escola de São Cristóvão emocionou o público com um desfile marcado por representatividade, luta por direitos e celebração da diversidade.
Xica Manicongo: Um legado de resistência
O enredo da Tuiuti resgatou a trajetória de Xica Manicongo, que chegou ao Brasil escravizada e lutou por sua identidade e liberdade. A pesquisa do carnavalesco Jack Vasconcelos revelou que, em meio à dura realidade da escravidão, Xica buscou preservar suas práticas religiosas e encontrou refúgio junto ao povo Tupinambá, na Bahia, onde trocou saberes e vivências em um contexto de aprendizado coletivo e resistência cultural.
Representatividade e personalidades LGBTQIAPN+
Para contar a história de Xica Manicongo, a Tuiuti reuniu um time de personalidades do universo LGBTQIAPN+. O desfile contou com a presença das deputadas federais Érika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), da vereadora Amanda Paschoal (PSOL-SP) e da deputada estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ).
Além delas, participaram do desfile Jovanna Baby, fundadora do Movimento Trans Nacional e presidenta do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negras; Bruna Benevides, primeira travesti a se assumir na ativa da Marinha e presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais; Valéria Barcelos, atriz e cantora; e Indianarae Siqueira, fundadora da Casa Nem, entre outras personalidades.
Discurso de Érika Hilton e homenagem

Durante o "esquenta" da escola na Sapucaí, a deputada federal Érika Hilton fez um discurso emocionada, denunciando a transfobia e exaltando a história das travestis. A fala foi recebida com entusiasmo pelo público.
Antes do desfile, Érika Hilton recebeu o título de Cidadã Honorária do Rio de Janeiro, em reconhecimento à sua luta pelos direitos da população LGBTQIAPN+. A honraria foi concedida por um decreto da vereadora Thais Ferreira (PSOL/RJ).
Desfile emocionante e superação
O desfile da Tuiuti foi marcado por momentos de emoção e superação. A escola enfrentou um pequeno contratempo aos 62 minutos, quando algumas alegorias ainda percorriam a avenida. No entanto, a agremiação conseguiu superar o obstáculo e cruzou o portão final aos 80 minutos cravados, dentro do tempo regulamentar.
A Paraíso do Tuiuti encerrou seu desfile com a sensação de dever cumprido, levando para a Sapucaí um manifesto trans histórico e celebrando a memória de Xica Manicongo, um ícone de resistência e luta por direito.
O Carnaval para a comunidade LGBTQIAPN+
Para a Professora Silvia Leticia, ex. vereadora de Belém, mãe de duas pessoas Trans (Grabiela Luz e Thomas Luz) e uma das Coordenadoras do Movimento Nacional Mães pela Diversidade “O Carnaval é uma festa popular por excelência, transborda alegria, cores e a efervescência da cultura brasileira. É um espaço de luta por direitos e visibilidade.”
Alegria e resistência:
Celebração da Identidade:
Os blocos de rua e os desfiles de escolas de samba se transformam em palcos de expressão da identidade LGBTQIAPN+.
Fantasias, músicas e performances celebram a diversidade de gêneros e orientações sexuais, em um ambiente de liberdade e aceitação.
Luta por direitos:
O Carnaval também é um momento de manifestação política.
Blocos e coletivos LGBTQIAPN+ levantam bandeiras contra a discriminação, a violência e a LGBTfobia.
A festa se torna um espaço de resistência e de luta por igualdade e respeito.
Visibilidade e inclusão:
A presença da comunidade LGBTQIAPN+ no Carnaval contribui para a visibilidade e a inclusão social.
A festa ajuda a desconstruir estereótipos e a promover o respeito à diversidade.
O Carnaval se torna um espaço de acolhimento e de celebração da pluralidade.
Desafios e Avanços:
Combate à LGBTfobia:
Apesar dos avanços, a LGBTfobia ainda se manifesta no Carnaval, com casos de discriminação e violência.
É fundamental que a sociedade e as autoridades estejam atentas para combater essas manifestações e garantir a segurança da comunidade LGBTQIAPN+.
Políticas públicas:
A promoção de políticas públicas que garantam a segurança e o respeito à comunidade LGBTQIAPN+ no Carnaval é essencial.
Ações de conscientização, o combate à discriminação e o apoio às iniciativas da comunidade são fundamentais.
"O Carnaval, com toda a sua pluralidade, é um reflexo da sociedade brasileira. Para nós mães pela diversidade, a festa representa um momento de celebração da identidade, de luta por direitos e de busca por um futuro mais justo e igualitário para nossos filhes.” Concluiu Silvia Leticia.
Informações: Jornal O Globo, O DIA, Folha de São Paulo
VEJA ABAIXO VÍDEO DE ÉRIKA HILTON NA SAPUCAÍ - RIO DE JANEIRO
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