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Doutorando da UFPR Denuncia Racismo Institucional e Retaliação Após Cobrar Ações Afirmativas

Yuri Pereira Gomes - DENUNCIA racismo e perseguição no Programa de Pós-Graduação da UFPR - Imagem: Redes Sociais
Yuri Pereira Gomes - DENUNCIA racismo e perseguição no Programa de Pós-Graduação da UFPR - Imagem: Redes Sociais

Estudante de Direito afirma ter sido excluído de seleção para Doutorado Sanduíche como vingança por questionar critérios de bolsas no programa.

 

 

Belém, PA – O Portal Info.Revolução recebeu na tarde de hoje uma grave denúncia que abala os corredores do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O caso envolve racismo e perseguição contra o doutorando Yuri Pereira Gomes, que veio a público nesta quinta-feira (16) para formalizar acusações graves. Ele alega que sua exclusão arbitrária do processo seletivo para o Doutorado Sanduíche (PDSE) foi uma retaliação direta.

 

O estudante afirma que a perseguição se deu após ele ter questionado formalmente, junto ao Ministério Público Federal (MPF), a não aplicação de políticas de ação afirmativa na distribuição de bolsas pelo PPGD no início de 2025.

 

Retaliação e o "Racismo Triplo"

 

Yuri Pereira Gomes, que ingressou no programa por ações afirmativas, alega que a comissão avaliadora utilizou sua posição para praticar atos de discriminação. Segundo o doutorando, o tratamento dispensado à sua candidatura se manifestou em três dimensões do racismo:

 

  1. Racismo Institucional: A comissão teria usado critérios subjetivos, como classificar a proposta como "excessivamente ambiciosa", para preterir o candidato, apesar de reconhecer seu "desempenho acadêmico e a produção científica". O estudante vê isso como uma retaliação velada por sua militância anterior.

 

  1. Racismo Científico: O questionamento da comissão sobre a pertinência de pesquisar "protocolos bioculturais" brasileiros em uma instituição europeia foi apontado como uma reprodução da "hierarquia colonial do saber", que desqualifica contextos não-europeus para o diálogo global.

 

  1. Racismo Epistêmico (Epistemicídio): A recusa em reconhecer a conexão científica robusta entre seu projeto (Protocolos Bioculturais) e a expertise de seu coorientador no exterior (Ecologia Política) é vista como uma rejeição ativa a uma epistemologia crítica e decolonial.

 

UFPR sob pressão após arquivamento rápido


A denúncia sobre a exclusão no Doutorado Sanduíche (ocorrida em 27/09/2025) foi inicialmente arquivada pela Ouvidoria da UFPR em apenas dois dias, sob a justificativa de "Ausência de competência".

 

O doutorando argumenta que a Ouvidoria cometeu um erro grave ao sumariamente descartar a denúncia. O mérito da contestação não era acadêmico, mas sim a apuração de "conduta ilícita por parte de agentes públicos" que teriam agido por retaliação e discriminação racial.

 

Após recurso, o caso foi formalmente recepcionado pela Diretoria Disciplinar da UFPR (Processo nº 23075.064764/2025-11), mas o estudante critica a falta de seriedade com que o processo tem sido conduzido. Ele recebeu um retorno "meramente protocolar" sobre critérios de prioridade para a instauração de procedimentos disciplinares.

 

Histórico de confronto por bolsas

 

O antecedente da crise remonta a janeiro de 2025, quando Yuri Pereira Gomes protocolou manifestações na Ouvidoria da UFPR e uma Notícia de Fato no Ministério Público Federal (MPF) contra o Edital de Concessão de Bolsas da CAPES/PROEX do PPGD.

 

O estudante cobrava que o edital priorizasse alunos cotistas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, conforme previsto na Lei nº 14.723/2023, alegando que a ausência desses critérios comprometia as políticas de inclusão.

 

Embora o MPF tenha arquivado a denúncia, acolhendo o argumento da UFPR de que a lei se referia a auxílios estudantis e não a bolsas de pesquisa (que seguem o critério de "mérito acadêmico" da CAPES), a atuação do estudante estabeleceu o histórico que ele considera ser a motivação da retaliação posterior na seleção do Sanduíche.

 

O doutorando tornou o caso público para buscar apoio da sociedade e exigir que a reitoria da UFPR trate a denúncia com "celeridade e imparcialidade", combatendo o que ele classifica como "racismo estrutural dentro da universidade".


O Portal Info.Revolução tentou contato com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), pelos canais disponíveis em seu site, para comentar as denúncias, mas não obteve sucesso até o fechamento desta reportagem.



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