SEDUC OCUPADA: Alessandra Korap Munduruku critica Governador do Pará em meio à ocupação da SEDUC

contatoinforevollu
18 de jan.
2 min de leitura

Por: Douglas Diniz

Liderança Indigena Alessandra Munduruku - Imagem: Infor.Revolução

A liderança indígena de projeção internacional, Alessandra Korap Munduruku, tem sido uma crítica ferrenha da política ambiental do governador do Estado do Pará, Helder Barbalho (MDB). Suas críticas se intensificam especialmente em relação à comercialização do crédito de carbono, à liberação de garimpos e ao favorecimento do agronegócio em detrimento da agricultura familiar.

Com a ocupação da sede da Secretaria de Educação (SEDUC) por etnias indígenas que exigem a revogação da Lei 10.820/2024 e a exoneração do secretário de Educação, Rossieli Soares, as lideranças indígenas aumentaram suas críticas à política ambiental do governo. Elas acusam o governador Helder Barbalho e o secretário Rossieli Soares de tentarem desmantelar o Sistema Modular de Educação Indígena (SOMEI), o Sistema Modular de Ensino (SOME), o Ensino Regular da cidade e do campo cortando direitos dos professores e dos alunos, para implementar um modelo de ensino online nas aldeias, o que seria um ataque à cultura indígena para favorecer empresas supostamente ligadas ao secretário na produção de conteúdo para aulas a distância.

IMAGENS DA OCUPAÇÃO (01)

Imagens: Info.Revolução

Nesta sexta-feira (17/01), após quatro dias de tensão e denúncias das lideranças indígenas, que incluíram violência e assédio sexual por parte da Polícia Militar, tentativas de cárcere privado, cortes de energia elétrica e água, e restrições à imprensa, o governo decidiu iniciar negociações. Uma comissão composta pelo procurador-geral, Ricardo Nasser Sefer, e pelo secretário de Educação, Rossieli Soares, se reuniu com a liderança indígena na SEDUC para discutir uma solução para o conflito. A negociação foi acompanhada de perto pelo Ministério Público do Estado, pelo Ministério Público do Trabalho, por um representante do Ministério dos Povos Indígenas do governo federal e pela imprensa, que somente pôde ter acesso à ocupação após ação judicial movida pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (SINJOR).

A proposta do governo de criar um decreto que estabelecesse normas para a educação indígena foi recebida com ceticismo pelas lideranças, que afirmam que essa medida visa dividir o movimento em torno da revogação da Lei 10.820/2024. O decreto se concentraria apenas na Educação Modular Indígena (SOMEI), excluindo o SOME e o sistema regular de ensino.

Um dos momentos mais tensos da audiência ocorreu durante a intervenção de Alessandra Munduruku, que, em meio a uma forte chuva que alagou o auditório da SEDUC, fez duras críticas ao governador Helder Barbalho e reiterou a exigência pela demissão do secretário de Educação.

Apesar das discussões, não houve avanços nas pautas exigidas pelas lideranças indígenas, e o governo solicitou mais tempo para elaborar uma nova proposta.

IMAGENS DA OCUPAÇÃO (02)