"Isso não vai me deter! Um dia, Pinky, nós vamos dominar o mundo!"
- contatoinforevollu
- 23 de ago.
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COLUNA DO CÃO CHUPANDO MANGA
POR DOUGLAS DINIZ - REPÓRTER SEM FRONTEIRAS
Fontes que tiveram acesso aos dois relatórios do governo do Pará sobre o monitoramento da ocupação indígena da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), de 14 de janeiro, não sabem se riem ou choram.
Se a intenção era espionar, o governo cometeu um grande erro. O relatório não traz nenhuma informação nova ou que já não seja de conhecimento público.
A conclusão é que o dinheiro dos contribuintes foi gasto para produzir documentos tão relevantes quanto os planos do Cérebro para dominar o mundo.
A situação gerou uma justa onda de críticas de movimentos sociais pela gravidade do ato de espionagem. No entanto, o mundo político se pergunta: se o relatório é tão ruim, o que os espiões do governo estão fazendo?
A pergunta permanece: quem é o Pinky e quem é o Cérebro nessa história?

2 - Crítica a 'higienização social' em Belém para grandes eventos
A cidade se prepara para receber grandes eventos, como o Círio de Nazaré e a Conferência do Clima (COP 30), mas a política de gestão da capital paraense está sob forte crítica. Em entrevista ao canal no YouTube do Portal Info.Revolução, o educador social Rayme Sousa, diretor do Sindicato da Assistência Social (Sintsuas) acusou a Prefeitura de Belém de promover uma "higienização social" para esconder a crescente população em situação de rua.
A denúncia de Sousa, que também é coordenador do Fórum de Entidades Municipais, aponta para uma estratégia da gestão do prefeito Igor Normando (MDB) de priorizar a imagem da cidade em detrimento do cuidado com as pessoas mais vulneráveis.
Segundo o educador, a população em situação de rua tem crescido de forma visível no centro de Belém, e a resposta do poder público não tem sido a de fortalecer a assistência social, mas sim a de remover essas pessoas do cenário urbano antes da chegada de turistas e participantes dos eventos.
3 - Justiça inspeciona Belém para verificar população de rua, mas 'esquece' de convidar o principal crítico
A Justiça Federal realizou uma inspeção no coração de Belém nesta sexta-feira (22) para verificar a situação da população de rua.
A ação, que reuniu um time de peso — incluindo representantes do Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Polícia Militar e, claro, a Prefeitura de Belém —, pareceu uma cena de filme: uma operação meticulosa para garantir que tudo estava nos conformes da lei.
No entanto, a diligência coordenada pela juíza federal Hind Ghassan Kayath teve uma ausência notável. O Sintsuas, sindicato da assistência social que não tem dado trégua ao prefeito e o acusa de promover uma "higienização social" para esconder os moradores de rua, não estava entre os convidados.
Para os observadores mais atentos, a cena foi digna de um roteiro de humor. A Prefeitura, que tem sido alvo de duras críticas sobre o tema, estava presente para mostrar seu lado da história. Mas, ironicamente, faltou a voz mais estridente do debate, a mesma que acusa a gestão de tentar "limpar" a cidade para eventos como a COP30.
A questão que fica é: se o objetivo era fiscalizar o cumprimento da Lei, por que não convidar quem tem denunciado o descumprimento?
A população que acompanhou de longe a inspeção questionou se não haveria uma ação semelhante na Praça Dom Pedro, que fica em frente à Prefeitura, à Assembleia Legislativa e nas proximidades do Ministério Público Estadual. Lá, os transeuntes relatam que as autoridades fingem não ver o que acontece, onde o descaso com a vida humana, além da presença de aves como garças e urubus, tem ganhado destaque.
4 - A COP30 de Belém e o drama do 'não tem onde dormir'
A tão esperada COP30, que deveria colocar Belém e a Amazônia no centro do debate climático global, está mais para um show de humor do que para uma conferência séria.
Faltando menos de três meses para o evento, apenas 47 dos 196 países confirmaram presença na capital paraense. O que parecia uma oportunidade histórica está se tornando um mico internacional, um festival de 'não vai ter'.
O principal motivo? A cidade não tem leitos suficientes para abrigar os participantes. Com a diária de hotel mais cara que a de Genebra, a ONU está desesperada. A solução do governador Helder Barbalho (MDB) é cômica: colocar os delegados em cruzeiros ou, pasmem, nas escolas públicas. Será que também tela colchonete e banheiros coletivos para as delegações internacionais?
No fim das contas, a COP30 corre o risco de ser uma festa vazia, com poucos convidados. O que deveria ser um palco para o debate global virou palco para uma comédia de erros.
5 - Belém tem ônibus 'geladão': O ar-condicionado funciona, mas o elevador, nem tanto.
Um passageiro cadeirante relatou a ausência de acessibilidade em um ônibus conhecido como “geladão” em Belém.
De acordo com ele, o veículo não possuía as condições necessárias para garantir um embarque seguro, transformando a viagem em uma experiência constrangedora.
O caso evidencia a gravidade do problema e expõe o descaso com o direito de locomoção e dignidade das pessoas com deficiência.
A situação também ganhou repercussão entre outros usuários do transporte coletivo, que cobram fiscalização mais rigorosa por parte da Prefeitura de Belém, que finge não ser dela a responsabilidade.
A acessibilidade é garantida por lei, e a falta de adaptações adequadas representa uma falha séria no serviço oferecido à população.
Os ônibus “geladões” foram anunciados com pompa pelo governador Helder Barbalho, afirmando que estaria chegando ao fim da era de ônibus coletivos “quentes” na cidade da COP30.
A situação, se não for corrigida, há risco de um vexame internacional no horizonte.
Coluna Semanal assinada pelo jornalista Douglas Diniz, publicada aos sábados no Portal Info.Revolução

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